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Na atualidade no setor empresarial o tema que mais se destaca é relacionado ao problema da
sustentabilidade ambiental. Cresce a consciência de que os recursos do planeta são finitos e,
caso não se tome providências para controle da poluição e do aquecimento global, é possível
que a vida na terra se torne inviável. Em função deste fato, há também um grande interesse
em torno do tema “Logística Reversa”, cujo conceito pode ser definido como o processo de
planejamento, implantação e controle eficiente e eficaz dos custos, dos fluxos de matériasprimas,
produtos em estoque, produtos acabados e informação relacionada, desde o ponto de
consumo até um ponto de reprocessamento, com o objetivo de recuperar valor ou realizar a
disposição final adequada do produto. Este trabalho analisa os casos descritos na literatura,
com o objetivo de destacar o conceito de logística para as atividades de reciclagem de
materiais e sua importância para a sustentabilidade ambiental, explicitando os motivos para o
uso da Logística Reversa, os custos em Logística Reversa e a preocupação ambiental.
Verificou-se dentre os autores pesquisados quais deram enfoque ao uso da Logística Reversa
e apresentou como conseqüência ganhos financeiros e diferencial competitivo às empresas
envolvidas.
Na logística reversa é normal que a empresa tenha que recolher o produto ou o
equipamento de forma completa, inclusive os componentes que não lhes servirão, por
exemplo: mesmo que possa aproveitar partes dos invólucros das pilhas e baterias, terá de
captar a peça completa, inclusive a parte química, cuja recuperação nem sempre é vantajosa,
ou as metalúrgicas só recolherem as partes metálicas de um veículo descartado, desprezando
pneus, estofamentos, lubrificantes, plásticos etc.
A logística reversa pode ser entendida como um processo complementar à logística
tradicional, pois enquanto a última tem o papel de levar produtos dos fornecedores até os
clientes intermediários ou finais, a logística reversa deve completar o ciclo, trazendo de volta
os produtos já utilizados dos diferentes pontos de consumo a sua origem (LACERDA, 2002).
No processo da logística reversa, os produtos passam por uma etapa de reciclagem e
voltam à cadeia até ser finalmente descartado, percorrendo o “ciclo de vida do produto”, que
envolve desde a escolha de materiais a serem utilizados nos produtos e em suas embalagens.Devido a legislações ambientais cada vez mais rígidas, a responsabilidade do
fabricante sobre o produto esta se ampliando. Portanto, não é suficiente o reaproveitamento e
remoção de refugo que fazem parte diretamente do seu próprio processo produtivo, o
fabricante está sendo responsabilizado pelo produto até o final de sua vida útil. Logo a
logística reversa está ganhando importância nas operações das empresas (BOWERSOX;
CLOSS; HELFERICH, 1986), quer seja devido à recalls efetuados pela própria empresa,
responsabilidade pelo correto descarte de produtos perigosos após seu uso, produtos
defeituosos e devolvidos para troca, vencimento do prazo de validade dos produtos ou
desistência da compra por parte dos consumidores.
Lacerda (2002) destaca três causas básicas:
a) Questões ambientais: prática comum em alguns países, notadamente na Alemanha, e existe
no Brasil uma tendência de que a legislação ambiental caminhe para tornar as empresas
cada vez mais responsáveis por todo ciclo de vida de seus produtos. Isto significa ser
legalmente responsável pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e do
impacto que estes produzem ao meio ambiente;
b) Diferenciação por serviço: os varejistas acreditam que os clientes valorizam mais, as
empresas que possuem políticas mais liberais do retorno de produtos. Aliás, é uma
tendência reforçada pela legislação de defesa do consumidor, garantindo-lhe o direito de
devolução ou troca. Isto envolve uma estrutura para recebimento, classificação e expedição
de produtos retornados e
c) Redução de custo: iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido retornos
consideráveis para empresas. Economias com a utilização de embalagens retornáveis ou
com o reaproveitamento de materiais para a produção têm trazido ganhos que estimulam
cada vez mais novas iniciativas de fluxo reverso.
Para Mueller (2005) nos processos industriais é freqüente a ocorrência de sobras no
processo de fabricação, e a logística reversa deve possibilitar a utilização desse refugo
transferindo para a área correspondente ou se caso não for possível o seu uso para produzir
novos produtos, deve ser removido para o descarte correto do material, portanto, é
responsável por seu manuseio, transporte e armazenamento.
Por exemplo, é iminente o perigo quando do retorno de produtos altamente nocivos ao
meio ambiente, como embalagens de agrotóxicos, pilhas, baterias etc., porque contem
compostos químicos tóxicos e/ou radioativos, logo, é necessário o canal de logística reversa.
Outra situação comum acontece na área de supermercados, mais especificamente no
setor de alimentos, segundo o estudo de Chaves e Martins (2005) nas quais diversas empresas
fornecedoras se responsabilizam pela coleta de produtos defeituosos ou fora do prazo de
validade, evitando problemas de intoxicação alimentar e dessa maneira proteger a sua marca
junto aos consumidores. Em caso de uma ocorrência de contaminação, a marca do produto
perde credibilidade junto aos consumidores, portanto, é de interesse de ambas as partes,
fabricantes e varejistas, a implantação de um sistema reverso para dividir os custos de retorno
de produto e proteger suas imagens e margens de lucro.
Custos em Logística Reversa
Por traz dessa evolução dos conceitos de logísticas reversa, está o conceito mais amplo
do “ciclo de vida” do produto. Três considerações devem ser sistematicamente feitas sobre o
ciclo de vida do produto:
a) Sob ponto de vista logístico: a vida de um produto não termina com sua entrega ao cliente.
Produtos se tornam obsoletos, danificados, saturados em sua função ou simplesmente não
funcionam e devem retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente
descartados, reparados ou reaproveitados;
b) Sob o ponto de vista financeiro: além dos custos dos produtos até sua venda, devem ser
também considerados outros custos relacionados a todo gerenciamento do fluxo reverso e
c) Sob ponto de vista ambiental: avaliar o impacto que o produto produz ao meio ambiente
durante toda a sua vida.
Acrescente–se a isto, o fenômeno do aumento das descartabilidade dos produtos em
geral, como conseqüência do acelerado desenvolvimento tecnológico que a humanidade tem
experimentado. Leite (2003) cita alguns sinais de tendência da descartabilidade, entre eles, a
velocidade de lançamento de novos produtos, como uma das características da
competitividade das empresas modernas. A esses sinais, deve-se acrescentar o fato do
crescimento do segmento de embalagens, itens altamente descartáveis, que tem se adaptado e
contribuído significativamente, para as modificações mercadológicas e logísticas requeridas
na distribuição física.
Ao se tratar de logística reversa, as organizações passam a ter responsabilidade pelo
retorno do produto à empresa, quer para reciclagem, quer para descarte ambientalmente
correto, portanto, segundo Atkinson et al. (2000) o sistema de custeio deverá ter uma
abordagem ampla como o Custeio do Ciclo de Vida Total, que permite a gestão dos custos
“do berço ao túmulo”, isto é, o ciclo de vida do produto abrange desde o início da pesquisa e
desenvolvimento até o término de suporte ao cliente (HORNGREEN; FOSTER; DATAR,
2000).
Preocupação Ambiental e Logística Reversa
Com a melhoria do nível de vida, sobretudo nos países industrializados, tem-se
verificado um aumento cada vez maior dos resíduos, em número e em quantidade,
(FLEISCHNANN et al., 1997), os resíduos eram eliminados por intermédio da deposição em
aterros, incineração ou, simplesmente, jogados fora, sem quaisquer cuidados adicionais.
Esses resíduos ou produtos impróprios podem seguir três destinos diferentes: ir para
um local de descarte seguro, como aterros sanitários e depósitos específicos, um destino não
seguro sendo lançado na natureza poluindo o ambiente, ou por fim, voltar a uma cadeia de
distribuição reversa. Em outras palavras, o destino dos produtos descartados poderá ser a
reclicagem do produto, o seu reprocessamento e devolução ao mercado, ou ainda, se não tiver
mais nenhuma possibilidade de ser reaproveitado, o descarte pela deposição em algum
depósito definitivo na forma de lixo.
Esses resíduos ou produtos impróprios podem seguir três destinos diferentes: ir para
um local de descarte seguro, como aterros sanitários e depósitos específicos, um destino não
seguro sendo lançado na natureza poluindo o ambiente, ou por fim, voltar a uma cadeia de
distribuição reversa. Em outras palavras, o destino dos produtos descartados poderá ser a
reclicagem do produto, o seu reprocessamento e devolução ao mercado, ou ainda, se não tiver
mais nenhuma possibilidade de ser reaproveitado, o descarte pela deposição em algum
depósito definitivo na forma de lixo. BY MAGNO.
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