Presos fazem rebelião na penitenciária Nelson Hungria (Foto Carlos
Rhienck/Hoje em Dia)
A Seds informou também que, apesar da revolta dos presos, o projeto de instalação de bloqueadores de sinal de celular no presídio não será alterado. O sistema deverá entrar em funcionamento ainda neste semestre.
No início da noite, os presos ameaçaram soltar os reféns, mas mudaram de
ideia após não verem atendida a exigência de troca do diretor do
presídio.Além desta, segundo a Secretaria, os detentos estariam
reclamando de superlotação e da mudança na rotina para entrada de
grávidas que tentam visitá-los. À tarde, os rebelados exigiram a saída
dos helicópteros que sobrevoavam a penitenciária e pediram mais bateria
para o rádio de um agente penitenciário que está sendo utilizado pelos
presos para a negociação. .
O motim acontece apenas no Pavilhão I da penitenciária, onde vários
presos passaram o dia no telhado e de vez em quando gritavam que a
situação no presídio estava muito ruim. Agentes do Comando de Operações
Especiais da Suapi (COPE) isolaram a área e os demais pavilhões,
evitando que a rebelião se espalhe. Por volta de 12h30, o Gate chegou ao
local, para dar apoio na negociação de soltura dos reféns.
Pela manhã, os presos colocaram fogo em alguns colchões, mas as chamas
foram controladas por militares do Corpo de Bombeiros. Além disso,
alguns disparos foram ouvidos, mas não houve a confirmação de que o
estrondo veio de disparos de armas de fogo. Usando lençóis, os rebelados
formaram a palavra "opressão" no centro do pátio do Pavilhão I, mesma
palavra usada no bilhete encontrado ao lado do ônibus incendiado.
A polícia suspeita ainda que alguns detentos estejam armados. A
Penitenciária de Segurança Máxima de Contagem tem capacidade para 1.664 e
hoje abriga 1.970 detentos.
Alguns familiares estariam fazendo contato com os presos por meio de
celulares. Também a filha da professora Eliana, que não quis informar
seu nome, não teve autorização para entrar no presídio e ajudar nas
negociações, mas informou que a mãe está bem.
Depoimento de detento
Um dos detentos ligou para a rádio Itatiaia e se identificou como
"Daniel Cipriano". Segundo ele, o motivo do motim seriam as alterações
dos horários de visitação e a proibição de gestantes como visitantes.
Ainda de acordo com o homem, eles exigiram a presença da imprensa e do
deputado Durval Ângelo (PT), membro da Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), de um juiz da Vara de
Execuções Penais e de um procurador de Justiça para fazer as
negociações.
"Cipriano" denunciou ainda agressões sofridas na unidade, onde ele está
preso há dez anos. Segundo o detento, a liberação dos reféns só seria
realizada após o cumprimento de todas as exigências feitas. Durante a
entrevista à rádio, o detento permitiu que a professora Eliana da Silva
falasse ao vivo. A mulher disse que estava bem e que não tinha
ferimentos.
A Seds não confirmou que os detentos exigiram a presença do deputado Durval Ângelo no local.
MAGNOPOLÊMICO.
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