Índios permanecem acampados em canteiro de obras no Pará

150 manifestantes ocupam escritório no sítio Belo Monte, em Altamira.
Eles exigem a suspensão de obras nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires.,,

Índios das regiões do Xingu e Tapajós continuam ocupando um dos canteiros de obras do sítio Belo Monte, em Altamira, no sudoeste do estado. Cerca de 150 manifestantes estariam acampados no escritório central do consórcio construtor da usina.

Armados com arcos e flechas, os indígenas se dividiram em dois grupos. O primeiro ocupou a guarita principal do canteiro e montou guarda no local. Já o outro grupo seguiu direto para o escritório central do Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) e ocupou as instalações do prédio.

Alguns líderes indígenas ainda teriam pegado as chaves de veículos da empresa. Entre os manifestantes, estão os índios da etnia Mundurucu, de Jacareacanga, que protestam contra projetos de construção de hidrelétricas no rio Tapajós. Eles exigem ser consultados antes mesmo da realização dos estudos de viabilidade dessas obras.

Os índios permanecem acampados no escritório central e exigem uma negociação diretamente com representantes do Governo Federal no local do protesto. Eles afirmam que enquanto não houver acordo, todas as atividades permanecerão suspensas no canteiro de obras. Os funcionários da empresa não estão autorizados a entrar na área.

Em carta aberta sobre a ocupação, os indígenas relatam que querem ser consultados previamente sobre os projetos hidrelétricos, e pedem ao governo que todas as obras, estudos e operações policiais nos rios Xingu, Tapajós e Teles Pires sejam suspensas.

Em maio de 2013, o sítio Belo Monte também foi ocupado por indígenas. Na época, o escritório central da empresa foi alvo de atos de vandalismo. O protesto aconteceu durante o encontro “Xingu+23”, que discutia o enfrentamento ao projeto da hidrelétrica.

A Norte Energia informou que a manifestação é pacífica e que os representantes da empresa estariam em Brasília, mas retornam ainda hoje para Altamira. A empresa não definiu horário para reunião com os manifestantes.magnopolemico//