quinta-feira, 10 de abril de 2014

Crime Organizado. Nova série de matérias do jornal O Globo. Por Wálter Fanganiello Maierovitch

Crime Organizado. Nova série de matérias do jornal O Globo.
Por Wálter Fanganiello Maierovitch
O jornal O Globo iniciou, neste domingo e com relação ao tema criminalidade organizada, uma série de reportagens a mostrar violações diárias aos direitos fundamentais de 1,5 milhão de moradores em comunidades pobres do Rio de Janeiro.

Consta da matéria jornalística que nem com o fim da ditadura militar houve restabelecimento de direitos básicos da pessoa humana.

Isso tudo mostra a incapacidade dos governos, federal e estadual, de enfrentar um fenômeno caracterizado pelos controles social e de territórios pela criminalidade organizada.

Há uma verdadeira secessão, pois nas comunidades controladas pelas associações delinqüenciais a lei do estado só vale subsidiariamente.

Talvez no final das matérias consiga o jornal O Globo mostrar, -- de modo a mudar sua posição editorial--, que operações de guerra isoladas, como as realizadas recentemente no Morro do Alemão, não resultam eficazes para se restabelecer tranqüilidade social e garantir direitos mínimos à comunidade.

As polícias do Rio encontram-se maculadas por policiais que mudaram de lado, pois cooptados pelo poder econômico da criminalidade organizada.

No Rio, existem até suspeitas de o ex-chefe de polícia, -- eleito deputado--, ter se envolvido com a criminalidade organizada. Uma criminalidade que, pelo que se sabe, banca até campanhas políticas.

Os governantes, e vale para os três níveis de (municipal, estadual e federal), não conseguem perceber a presença de um fenômeno , conhecido em outros países, que só se sustenta no controle social e de territórios. Para isso, conta com forte poder corruptor, mantido pelos lucros que crescem em progressão geométrica.

O capo-mafia Bernardo Provenzano permaneceu mais de 40 foragido sem tirar os pés da região da Sicília, onde a Cosa Nostra sempre conseguiu manter controle social e de território.

Hoje, a “Lei do Mais Forte” é imposta nas duas cidades mais violentas do mundo: Mogadíscio (Somália) e Darfur (Sudão). Nelas, verifica-se, em mais elevado grau de intensidade, o descontrole e a entropia. Não foi sem tempo que em Darfur o Conselho de Segurança das Nações acabou de aprovar uma intervenção por forças multinacionais, com destaque ao enfoque preventivo e de ações sociais, pois atuação de guerra só produziria mais vítimas inocentes.

Pano Rápido . Não se consegue retomada de controle social e de território por ações de guerra, --espetaculares e midiáticas--, como sucedeu há pouco no Morro do Alemão. O primeiro passo é atacar a economia movimentada pela criminalidade e que lhe dá sustentação. Paralelamente, deve-se proceder a uma faxina nas policiais, para excluir dos quadros os que foram cooptados pelo poder corruptor das associações delinqüenciais.


Walter Fanganiello Maierovitch, 

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