A definição de ação social de Max Weber
Na visão de Max Weber, a função do sociólogo é compreender o sentido das chamadas ações sociais, e fazê-lo é encontrar os nexos causais que as determinam. Entende-se que ações imitativas, nas quais não se confere um sentido para o agir, não são ditas ações sociais. Mas o objeto da Sociologia é uma realidade infinita e para analisá-la é preciso construir tipos ideais, que não existem de fato, mas que norteiam a referida análise.
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo
A ética protestante e o 'espírito' do capitalismo
é considerada a grande obra de Max Weber e é o seu texto mais lido e
conhecido. A primeira parte desta obra foi publicada em 1904 e a segunda
veio a público em 1905, depois da viagem do autor e de sua esposa aos
Estados Unidos.
A temática das relações entre religião e capitalismo foi uma questão
central do pensamento social alemão. Do ponto de vista da análise do
capitalismo, o estudo de Weber foi precedido pela obra de Georg Simmel -
A filosofia do dinheiro (1900) -, sem esquecer do escrito de Karl Marx, intitulado O Capital
(1867). Dois anos antes da publicação do livro de Weber, seu colega
Werner Sombart também publicou um livro sobre esse problema, intitulado O capitalismo moderno (1902)
. Neste criativo e rico espírito acadêmico, Weber procurou mostrar que o
protestantismo de caráter ascético dos séculos XVI e XVII tinha um
influxo direto com o conceito de vocação profissional, base motivacional
do moderno sistema econômico capitalista. Vejamos como a tese do livro é
apresentada.
No capítulo introdutório, Weber mostra a preferência educacional dos
católicos por uma formação humanista, enquanto os protestantes preferiam
formação técnica. Ao mesmo tempo, mostrou as diferenças profissionais
entre ambos os segmentos. Weber rejeita a explicação (superficial e
aparente) de que a espiritualidade católica, fundada no ascetismo,
predisporia o indivíduo para o estranhamento do mundo e, desta forma,
para a indiferença para com os bens deste mundo; enquanto os
protestantes seriam materialistas. Alega que os puritanos se
caracterizavam pelo oposto da alegria para com o mundo. Ao contrário,
ele sugere que há um íntimo parentesco entre estranhamento do mundo,
ascese e participação na vida aquisitiva.
O capítulo posterior trata do objeto da pesquisa, ou seja, é neste momento que ele desenvolve o tipo ideal de "espírito do capitalismo", entendido como uma individualidade histórica. Tomando como exemplo máximas colhidas de escritos de Benjamin Franklin,
tais como "tempo é dinheiro" ou "dinheiro gera mais dinheiro" ou ainda
"o bom pagador é dono da bolsa alheia", Weber mostra que o espírito do
capitalismo não é caracterizado pela busca desenfreada do prazer e pela
busca do dinheiro por si mesmo. O espírito do capitalismo deve ser
entendido como uma ética de vida, uma orientação na qual o indivíduo vê a
dedicação ao trabalho e a busca metódica da riqueza como um dever
moral. Weber acentua claramente que o 'espírito' do capitalismo não deve
ser confundido com a 'forma' do capitalismo. Por forma, Weber entende o
capitalismo enquanto sistema econômico, cujo centro é representado pela
empresa capitalista, reunião de meios de produção, trabalho organizado e
gestão racional. Ele esclarece que as variáveis tratadas no seu livro
tem a ver com a moral protestante e a dimensão atitudinal (habitus) que
serve de base ao sistema. O espírito do capitalismo só pôde triunfar ao
vencer as formas tradicionalistas de comportamento econômico.
Passo seguinte, ele dedicou-se a analisar a contribuição do luteranismo. Na tradução de Martinho Lutero,
ao contrário da concepção católica, "vocação" deixa de ter o sentido de
um chamado para a vida religiosa ou sacerdotal e passa a ter o sentido
do chamado de Deus para o exercício da profissão no mundo do trabalho.
Com Lutero o ascetismo praticado pelos monges fora do mundo é
transferido das celas dos mosteiros para o mundo secular, nasce daí o ascetismo
intramundano. Todavia, o próprio Max Weber reconheceu que o luteranismo
ainda possui uma visão tradicionalista da vida econômica: apesar da
ênfase no trabalho, a vida aquisitiva ainda não possui um valor em si
mesma e o indivíduo está acomodado no seu círculo social.
Após, Weber destaca que o ponto de partida da ética econômica
subjacente ao capitalismo está no protestantismo pós-luterano, nas
chamadas igrejas e seitas do protestantismo ascético, tanto na sua
versão calvinista (derivada de João Calvino) quanto anabatista. Do calvinismo emana a célebre tese da predestinação,
dogma que afirma que apenas Deus escolhe - independente dos méritos do
indivíduo - quem será salvo e quem será condenado. Diante da angústia
religiosa sofrida pelo indivíduo, o trabalho e o sucesso na vida
econômica surgem como compromissos do crente e como indícios (embora não
meio) de certeza da salvação. Apesar desta rígida tese estar atenuada
no pietismo e no metodismo,
que são mais sentimentais, nas igrejas de origem calvinista a riqueza
recebe uma sanção positiva da esfera religiosa. O mesmo processo pode
ser verificado no âmbito das seitas que surgem do movimento anabatista (rebatizados) - como os batistas, menonitas e quakers, por exemplo - que, organizados em forma de seita, estimulam uma vida ordenada, disciplina e regida por rígidas normas éticas.
contudo isso essa estratificação social:- é a área da sociologia que se ocupa da pesquisa sobre a posição dos
indivíduos na sociedade e explicitação dos mecanismos que geram as
distinções sociais entre os indivíduos. Ao contrário de Marx, que
explicava estas diferenças apenas com base em fatores econômicos, Weber
mostrou que as hierarquias e distinções sociais obedecem à lógicas
diferentes na esfera econômica, social e política. Sob o aspecto
econômico as classes sociais
são diferenciadas conforme as chances de oportunidades de vida,
escalonando os indivíduos em grupos positiva ou negativamente
privilegiados. Do ponto de vista social, indivíduos e agrupamentos
sociais são valorizados conforme atributos de valor, dando origens a
diversos tipos de grupos de status. Diferente também é a lógica do poder, em que os indivíduos agregam-se em diferentes partidos políticos.
A análise weberiana demonstra que existem diferentes mecanismos sociais
de distribuição dos bens sociais, como a riqueza (classe), a honra ou
prestígio social (grupos de status) e o poder (partidos) e que cada um
deles cria diferentes tipos de ordenamento, hierarquização e
diferenciação social.
ADAPTAÇÃO TEXTO SOBRE MAX WEBER-MAGNO
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