Em Doha, COP 18 entra em semana decisiva com 'racha' entre países
Impasse entre ricos e emergentes é sobre extensão do Protocolo de Kyoto.
Repasse de dinheiro para financiamento climático também não tem acordo.
Países reunidos em Doha, no Qatar, durante a conferência climática da
ONU, a COP 18, ainda não resolveram impasses em torno da discussão sobre
a prorrogação do Protocolo de Kyoto, acordo global vigente que impõe a
países desenvolvidos regras para reduzir as emissões de gases-estufa.
Nesta segunda-feira (3), o encontro que reúne representantes de 193
nações recebe os ministros de Estado e enviados especiais para o clima,
que tentarão decidir como reduzir as emissões de gases-estufa do planeta
e como financiar países pobres na questão climática.
A ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, estará presente na discussão com outros negociadores e diplomatas.
Um dos destaques do “racha” entre países ricos e economias emergentes, a
Nova Zelândia, defende a decisão do país em abandonar o tratado dizendo
que "o plano é uma resposta ultrapassada e insuficiente para conter o
aquecimento global". A afirmação foi feita pelo ministro Tim Gross,
representante do país na COP 18.
O governo neozeolandês anunciou recentemente sua retirada do acordo
obrigatório, surpreendendo nações insulares da Oceania, consideradas
vulneráveis a uma possível elevação do mar, em decorrência da mudança
climática.
Gross fez duras críticas ao Protocolo de Kyoto e a inoperância dele
(que não abrange países altamente poluidores, como os Estados Unidos) e
disse que “não é possível argumentar seriamente sobre a mudança do clima
se não houver enfrentamento de, ao menos, 85% das emissões que estão
fora do acordo”.
Em vez de metas obrigatórias dentro de Kyoto, o país da Oceania
ofereceu um compromisso voluntário de reduzir as emissões entre 10% e
20% até 2020, em comparação aos níveis de 1990.
Kyoto 2.0
O Protocolo de Kyoto, criado em 1997, obriga nações desenvolvidas a
reduzir suas emissões em 5,2%, entre 2008 e 2012, em relação aos níveis
de 1990.
Segundo negociadores brasileiros ouvidos pelo G1, o
segundo período, tratado pelos diplomatas como “Kyotinho” ou “Kyoto 2”
passará a vigorar a partir de janeiro de 2013. No entanto, as regras
criadas em 1997 serão alteradas.
A prorrogação do atual plano foi oficialmente registrada no fim de
2011, em troca da promessa de se criar um novo acordo global que
envolveria todos os países, planejado para entrar em vigor em 2020.
Em uma primeira dimensão simbólica, Kyoto 2 deverá cobrir apenas 15%
das emissões globais de gases de efeito estufa, os da União Europeia e
da Austrália, já que o Canadá abandonou o protocolo e a Rússia e Japão
não querem uma segunda etapa. A Austrália quer reduzir as suas emissões
em 5% e a UE, em 20% até 2020.
Questão financeira ainda é latente
Países em desenvolvimento, como a China e o Brasil, cobram nações ricas
para que apresentem um “mapa do caminho” de como vão intensificar o
financiamento do clima de US$ 100 bilhões anuais até 2020, promessa
feita na COP 15, realizada em Copenhague, há três anos. A crise
econômica é utilizada como desculpa dos governos, que não encontram
definição sobre os mecanismos de financiamento para resolver a questão
climática.
Os EUA e a Europa, por exemplo, resistem fortemente à ideia de que eles
devem compensar as perdas resultantes de desastres ambientais, temendo
que isso levaria a pedidos de crédito que poderiam durar para sempre.
Na sexta-feira (30), a secretária-executiva da ONU para mudanças
climáticas, Christiana Figueres, disse que não vê interesse e ambição de
governos para tomar decisões que reflitam na desaceleração da mudança
climática e no sucesso das negociações climáticas.
Segundo ela, a desaceleração econômica mundial tirou os holofotes do
aquecimento global. Nenhum país grande presente ao encontro anunciou
alguma medida nova para conter as temperaturas em elevação e ajudar a
evitar as inundações, estiagens, ondas de calor e elevação do nível dos
oceanos previstas.
"Talvez eu não veja tanto interesse público, tanto apoio para os
governos tomarem decisões mais ambiciosas e corajosas", afirmou ela.
adaptado-MAGNO
OS PAISES RICOS TEM QUE PAGAR O PREÇO DA POLUIÇÃO MUNDIAL SÃO OS QUE MAIS CONSOME E POLUI O PLANETA..........
ResponderExcluir