Farinha assusta o consumidor de baixa renda.
Um dos principais itens da dieta
alimentar do paraense e até pouco tempo atrás um produto com presença
obrigatória no prato das camadas mais pobres da população, a farinha de
mandioca se tornou de repente um artigo de luxo. A disparada dos preços
foi tão violenta que ela já se colocou num patamar muito acima do poder
de compra das famílias de mais baixa renda. E a tal ponto que nem se
pode dizer mais que os pobres perderam o complemento natural do açaí –
entre outras razões, porque também o açaí vem alcançando preços
proibitivos.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese) no Pará acompanhou e vem acompanhando de perto a variação dos
preços da farinha, traduzindo em números precisos a alta de custos que
aflige os consumidores. O economista
Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese no Pará, informou esta
semana que, em fevereiro do ano passado, o preço médio da farinha em
Belém estava na faixa de R$ 2,97. Em fevereiro deste ano, o preço médio
já alcançava surpreendentes R$ 6,83. No período de apenas um ano, a
farinha acumulou uma alta de 129,97%, contra uma inflação de 6,5%.
Engenheiro agrônomo, economista e administrador de empresas, o superintendente da Conab, Moacir Rocha, também especialista em gestão da informação, chama a atenção para o fato de que não existe no Estado uma política agrícola voltada especificamente para a cultura da mandioca. O fato, diz ele, é que a produção de mandioca, em que pese a sua enorme importância alimentar, é tratada até hoje como “cultura de pobre”, não recebendo nem de longe a atenção dispensada ao agronegócio. MAGNOPOLÊMICO//ADAP.G1
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