Jovem é morto por 'justiceiro' e família protesta.
Lá vem a dona Florinda deixar o
tesouro dela”, diziam os colegas de José Henrique Barroso, de 17 anos.
Filho único, ele era o tesouro de Rosimar, o que fez dela uma mãe
zelosa e sempre atenta ao futuro do adolescente. “Eu levava e buscava
ele na escola, todo dia. Ele era um bom filho, uma benção na minha vida
– um exemplo para os outros jovens dessa rua”.
A namorada do adolescente estava
encolhida no canto do quarto e contou que estava com ele no momento em
que ocorreu o crime. “Nós íamos andando, ele estava me levando pra casa,
aqui na rua do lado. Um carro cinza parou do nosso lado, um homem
desceu encapuzado, só disse ‘polícia!’, e atirou nele”.
A mãe do rapaz afirma que apenas ouviu
os disparos. “Ele tinha acabado de sair com ela. Nós fazemos chocolate
juntas, pra vender. Como nós terminamos tarde, ele foi levar ela. Não
acredito que ele [executor] tenha confundido meu filho com outra pessoa.
Dava pra ver muito bem o rosto dele, que não estava nem de boné”,
conta a mãe.
O tio do adolescente, Nivaldo Oliveira,
diz que o protesto, realizado na tarde de ontem não era apenas pelo
sobrinho, mas pela falta de segurança que toda a comunidade daquela área
vive.
Uma moradora, que não quis ser
identificada, conta que o policial, conhecido no bairro como “Silino”,
atua como “justiceiro”. “Ele sempre aparece encapuzado, em uma moto ou
nesse carro cinza e sai matando. O problema é que ele não procura saber
se é mesmo bandido ou gente de bem”. A mesma declaração foi feita por
outros moradores, e a presença da Polícia Militar no momento do protesto
foi recebida com desconfiança.
De acordo com vice-diretora Sandra Peck,
do Colégio Edgar Pinheiro Porto, a preocupação da mãe de José Henrique
era justamente com a violência.
(Diário do Pará)magnopolêmico.
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