Rodrigo Neto, conhecido por denunciar crimes
praticados por grupos de extermínio no Vale do Aço, leste de Minas, foi
assassinado a tiros, na madrugada de nesta sexta-feira, em Ipatinga (a
223 quilômetros de Belo Horizonte). Ele foi surpreendido por dois
pistoleiros quando deixava, à 0h32m, o bar Churrasquinho do Baiano, no
bairro Canaã. Os assassinos chegaram de moto e, sem tirar os capacetes,
fizeram cinco disparos. Dois deles atingiram o jornalista na cabeça e no
tórax.
soube que o jornalista estava escrevendo com um colega, cujo nome
mantém em segredo, um livro chamado “Crimes perfeitos”, sobre
assassinatos em série na região envolvendo quadrilhas formadas por
policiais militares e civis.
O delegado responsável pelas investigações, Ricardo Cesari,
disse que a hipótese de latrocínio (roubo com morte da vítima) está
praticamente descartada, já que os assassinos não levaram carteira,
notebook, máquina fotográfica e celular que estavam com o jornalista.
Repórter investigativo, Rodrigo
apurou, há sete anos, a chacina de Belo Oriente, como ficou conhecido o
assassinato de quatro pessoas da mesma família na zona rural de Belo
Oriente, no Vale do Aço. As vítimas eram parentes do suspeito pela morte
de um policial militar. Um ano depois, o jornalista voltou à carga ao
denunciar o grupo de extermínio da “moto verde”, referência à cor da
moto envolvida em crimes de extermínio e que pertenceria a um cabo da
PM.
A Associação Nacional dos Jornais (ANJ), a Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Associação
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em notas, lamentaram o
crime e cobraram providências para a punição dos culpados. O corpo de
Rodrigo, que deixa mulher e filha, será enterrado hoje em Ipatinga.
(Chico Otavio).magnopolêmico//agliciomagno@gmail.com
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