quinta-feira, 26 de abril de 2012


Consumir ovos é benéfico à saúde

Colesterol contido nos ovos não faz mal ao organismo e pode até prevenir doenças

POR ESPECIALISTA - PUBLICADO EM 20/10/2010
Se você só come a clara do ovo, pode esquecer esse hábito. O ovo inteiro é um dos mais consistentes alimentos com que podemos contar para tornar nossa dieta mais saudável. Décadas atrás, alguém decidiu que o colesterol dos ovos, encontrado principalmente em sua gema, contribuía para o desenvolvimento de uma série doenças cardíacas e para o aumento da obesidade. Essa pessoa errou feio.

O pior disso tudo é que os desavisados engoliram a lorota e passaram a evitar esse alimento. Quem está perdendo com isso é a saúde desses indivíduos. A gordura de ovos, ao contrário do que ainda dizem por aí, é do tipo bom, e previne uma série de complicações em todo o organismo. 
"O ovo é uma boa fonte de colina, que protege o sistema cardiovascular de ataques cardíacos, coágulos sanguíneos, derrame."
O ovo é a melhor fonte de luteína e zeaxantina que existe. Esses nutrientes são essenciais para a manutenção da saúde dos olhos e servem também para facilitar o tratamento de doenças nesses órgãos. Na verdade, muitos estudos atuais têm mostrado que consumir um ovo por dia pode ajudar a prevenir a degeneração macular e diminuir o risco de desenvolver catarata. O ovo é também uma boa fonte de colina, que protege o sistema cardiovascular de ataques cardíacos, coágulos sanguíneos, derrame. 
Mesmo que o ovo seja um bem feitor ao organismo, é preciso cuidado na hora de prepará-lo antes da refeição. Evite comer ovos fritos, pois a gordura em que eles são feitos pode trazer alguns malefícios ao organismo, como o aumento de colesterol.. As melhores opções são os ovos quentes, cozidos e em gemada. Com esses métodos de preparo, os ingredientes que fazem bem do ovo continuam intactos, enquanto o acréscimo de gordura de outras fontes não ocorre.  
Ao comprar os ovos, vale à pena gastar um pouco mais e escolher os orgânicos ou ovos de galinhas criadas soltas, e não daquelas que ficam confinadas. Essas opções têm melhor qualidade e também mais confiáveis. Normalmente o ovo orgânico possui a gema mais consistente e terá de uma cor laranja brilhante.

Os ovos de galinhas confinadas podem sair mais barato, mas quase sempre apresentam baixa qualidade, com gema amarelo-pálida, mais frágil, que se quebra facilmente. A verdade é que você ingere o que você compra, e vale à pena gastar um pouco mais para ter mais saúde. Fica a dica.

Super saúde!

quarta-feira, 25 de abril de 2012


Jornalista/blogueiro é assassinado no Maranhão

publicada terça-feira, 24/04/2012 às 11:17 e atualizada terça-feira, 24/04/2012 às 11:59
Blog de jornalista morto no Maranhão será peça de inquérito
Por Luciana Lima, da Agência Brasil
O jornalista Décio Sá foi assassinado em um restaurante da Avenida Litorânea, na capital maranhense. O crime ocorreu por volta das 23h30. Além do blog, Décio Sá era repórter da editoria de política de O Estado do Maranhão, pertencente à família do presidente do Senado, José Sarney.
Agora, pela manhã, a delegada-geral da Polícia Civil maranhense, Maria Cristina Resende Menezes, está reunida com os delegados que vão investigar o caso e com o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes, para tratar do assunto. O objetivo da reunião é acertar os detalhes de uma força-tarefa, envolvendo todas as instâncias de investigação do estado, para apurar o crime.
De acordo testemunhos dados à polícia, o jornalista estava no bar quando dois homens chegaram em uma moto e dispararam seis tiros contra ele. Décio morreu no local.
O blog mantido por Décio está no ar desde 2006 e é um dos mais acessados do estado. As publicações ganharam destaque por veicular reportagens de jornalismo investigativo, entre elas denúncias contra políticos e grupos de pistoleiros que agem na região. Em seu perfil no Twitter, Décio contava com quase 2 mil seguidores e sua morte rapidamente repercutiu em toda a rede.

segunda-feira, 23 de abril de 2012


viva são jorge o santo guerreiro

agliciomagno@gmail.com


São Jorge - O santo guerreiro
Dia: 23 de abril

História
Em torno do século III D.C., quando Diocleciano era imperador de Roma, havia nos domínios do seu vasto Império um jovem soldado chamado Jorge. Filho de pais cristãos, Jorge aprendeu desde a sua infância a temer a Deus e a crer em Jesus como seu salvador pessoal.

Nascido na antiga Capadócia, região que atualmente pertence à Turquia, Jorge mudou-se para a Palestina com sua mãe após a morte de seu pai. Lá foi promovido a capitão do exército romano devido a sua dedicação e habilidade - qualidades que levaram o imperador a lhe conferir o título de conde. Com a idade de 23 anos passou a residir na corte imperial em Roma, exercendo altas funções.

Por essa época, o imperador Diocleciano tinha planos de matar todos os cristãos. No dia marcado para o senado confirmar o decreto imperial, Jorge levantou-se no meio da reunião declarando-se espantado com aquela decisão, e afirmou que os os ídolos adorados nos templos pagãos eram falsos deuses.

Todos ficaram atônitos ao ouvirem estas palavras de um membro da suprema corte romana, defendendo com grande ousadia a fé em Jesus Cristo como Senhor e salvador dos homens. Indagado por um cônsul sobre a origem desta ousadia, Jorge prontamente respondeu-lhe que era por causa da VERDADE. O tal cônsul, não satisfeito, quis saber: "O QUE É A VERDADE ?". Jorge respondeu: "A verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor Jesus Cristo, e nele confiado me pus no meio de vós para dar testemunho da verdade."

Como São Jorge mantinha-se fiel a Jesus, o Imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Jorge sempre respondia: "Não, imperador ! Eu sou servo de um Deus vivo ! Somente a Ele eu temerei e adorarei". E Deus, verdadeiramente, honrou a fé de seu servo Jorge, de modo que muitas pessoas passaram a crer e confiar em Jesus por intermédio da pregação daquele jovem soldado romano. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito em seu plano macabro, mandou degolar o jovem e fiel servo de Jesus no dia 23 de abril de 303. Sua sepultura está na Lídia, Cidade de São Jorge, perto de Jerusalém, na Palestina.

A devoção a São Jorge rapidamente tornou-se popular. Seu culto se espalhou pelo Oriente e, por ocasião das Cruzadas, teve grande penetração no Ocidente.

Verdadeiro guerreiro da fé, São Jorge venceu contra Satanás terríveis batalhas, por isso sua imagem mais conhecida é dele montado num cavalo branco, vencendo um grande dragão. Com seu testemunho, este grande santo nos convida a seguirmos Jesus sem renunciar o bom combate.

Lendas: um horrível dragão saía de vez em quando das profundezas de um lago e se atirava contra os muros da cidade trazendo-lhe a morte com seu mortífero hálito. Para ter afastado tamanho flagelo, as populações do lugar lhe ofereciam jovens vítimas, pegas por sorteio. um dia coube a filha do Rei ser oferecida em comida ao monstro. O Monarca, que nada pôde fazer para evitar esse horrível destino da tenra filhinha, acompanhou-a com lágrimas até às margens do lago. A princesa parecia irremediavelmente destinada a um fim atroz, quando de repente apareceu um corajoso cavaleiro vindo da Capadócia. Era São Jorge.

O valente Guerreiro desembainhou a espada e, em pouco tempo reduziu o terrível dragão num manso cordeirinho, que a jovem levou preso numa corrente, até dentro dos muros da cidade, entre a admiração de todos os habitantes que se fechavam em casa, cheios de pavor. O misterioso cavaleiro lhes assegurou, gritando-lhes que tinha vindo, em nome de Cristo, para vencer o dragão. Eles deviam converter-se e ser batizados.


Datas Marcantes No século XII, a arte, literatura e religiosa popular representam São Jorge, como soldado das cruzadas com manto e armadura com cruz vermelha, nobre um cavalo branco, com lança em punho, vencendo um dragão. São Jorge é o cavaleiro da cruz que derrota o dragão do mal, da dominação e exclusão.

Desde o século VI, havia peregrinações ao túmulo de São Jorge em Lídia. Esse santuário foi destruído e reconstruído várias vezes durante a história.

Santo Estevão, rei da Hungria, reconstruiu esse santuário no século XI. Foram dedicadas numerosas igrejas a São Jorge na Grécia e na Síria.

A devoção a São Jorge chegou à Sicília na Itália no século VI. No séc. VII o siciliano Papa Leão II construiu em Roma uma igreja para S. Sebastião e S. Jorge. No séc. VIII, o Papa Zacarias transferiu para essa igreja de Roma a cabeça de S. Jorge.

A devoção a São Jorge chegou a Inglaterra no século VIII. No ano de 1101, o exército inglês acampou na Lídia antes de atacar Jerusalém. A Inglaterra tornou-se o país que mais se distinguiu no culto ao mártir São Jorge...

Em 1340, o rei inglês Eduardo III instituiu a Ordem dos cavaleiros de São Jorge.

Foi o Papa Bento XIV (1740-1758) que fez São Jorge, padroeiro da Inglaterra até hoje.

Em 1420, o rei húngaro, Frederico III (1534) evoca-o para lutar contra os turcos.

As Cruzadas Medievais tornaram popular no ocidente a devoção a São Jorge, como guerreiro, padroeiro dos cavaleiros da cruz e das ordens de cavalaria, para libertar todo país dominado e para converter o povo no cristianismo.

Seu dia foi colocado no Calendário particular da Igreja, isto é, celebrados nos lugares de sua devoção.

O Sr. Cardeal D. Eugenio Sales, assim se pronunciou: "A devoção de São Jorge nos deve levar a Jesus Cristo". Pela palavra do Cardeal Sales sentimos a autenticidade do Culto a São Jorge.


A quem ajuda: é a força de Deus na luta dos excluídos e marginalizados da sociedade.
Oração a São Jorge


Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

São Jorge Rogai por Nós.
Oração a São Jorge II


São Jorge,cavaleiro corajoso, intrépido e vencedor; abre os meus caminhos, ajuda-me a conseguir um bom emprego; faze com que eu seja bem quisto por todos superiores, colegas, e subordinados; que a paz, o amor e a harmonia estejam sempre presentes no meu coração, no meu lar e no meu serviço; meus inimigos terão os olhos e não me verão, terão boca e não me falarão, terão pés e não me alcançarão, terão mãos e não e não me ofenderão.

São Jorge vela por mim e pelos meus, protegendo-me com suas armas.

O meu corpo não será preso nem ferido, nem meu sangue derramado; andarei tão livre como andou Jesus Cristo nove meses no ventre da Virgem Maria.

Amém.

Oração a São Jorge III



Ó Deus onipotente,
Que nos protegeis
Pelos méritos e as bênçãos
De São Jorge.
Fazei que este grande mártir,
Com sua couraça,
Sua espada,
E seu escudo,
Que representam a fé,
A esperança,
E a inteligência,
Ilumine os nossos caminhos...
Fortaleça o nosso ânimo...
Nas lutas da vida.
Dê firmeza
À nossa vontade,
Contra as tramas do maligno,
Para que,
Vencendo na terra,
Como São Jorge venceu,
Possamos triunfar no céu
Convosco,
E participar
Das eternas alegrias.
Amém!







Medalha de São Jorge

Moacyr Luz e Aldir Blanc

Fica ao meu lado, São Jorge Guerreiro Com tuas armas, teu perfil obstinado
Me guarda em ti, meu Santo Padroeiro
Me leva ao céu em tua montaria
Numa visita a lua cheia
Que é a medalha da Virgem Maria
Do outro lado, São Jorge Guerreiro
Põe tuas armas na medalha enluarada
Te guardo em mim, meu Santo Padroeiro
A quem recorro em horas de agonia
Tenho a medalha da lua cheia
Você casado com a Virgem Maria
O mar e a noite lembram a Bahia
Orgulho e força, marcas do meu guia
Conto contigo contra os perigos
Contra o quebrando de uma paixão
Deus me perdoe essa intimidade:
Jorge me guarde no coração
Que a malvadeza desse mundo é grande em extensão
E muita vez tem ar de anjo
E garras de dragão

HOJE É DIA DE SÃO JORGE
MAGNO COMEMORANDO O GRANDE PROTETOR
VIVA JORGE! VIVA JORGE!
AGLICIOMAGNO@GMAIL.COM

quarta-feira, 18 de abril de 2012


Atirador que matou 77 na Noruega diz querer absolvição ou execução

O atirador Anders Behring Breivik, que está sendo julgado pela morte de 77 pessoas em ataques na Noruega, disse nesta quarta-feira (18) que só há dois "desfechos justos" para seu julgamento: a pena de morte ou a absolvição.
Ele também afirmou que as supostas "outras duas células" terroristas que disse existirem podem "atacar a qualquer momento".
Mais cedo, Breivik se queixou de que estava sendo objeto de "ridicularização pessoal" no tribunal a que é submetido e exigiu que os crimes sejam julgados como uma "batalha contra a imigração".
Questionado sobre como havia se transformado de um adolescente rebelde na próspera região oeste de Oslo para um assassino metódico, ele disse que havia ajudado a fundar um grupo militante chamado "Cavaleiros Templários" em 2001 e irritou-se com as insinuações da promotoria de que era em grande parte imaginário.
"Sua intenção é de plantar a dúvida se esta rede existiu" ele disse em um certo momento, após contestar repetidamente o jeito com que os promotores formulavam suas perguntas.
Os Cavaleiros Templários originais eram uma fraternidade medieval que perseguia e financiava cruzadas anti-islâmicas.
Breivik afirmou não ser culpado pelas acusações de terrorismo e assassinato e alegou "necessidade". Ele chamou as vítimas de "traidores" com ideias que simpatizavam com imigrantes.
Breivik, que confessou ter matado oito pessoas em um ataque de carro-bomba em Oslo no dia 22 de julho e depois atirado em outras 69 em um acampamento da juventude do Partido Trabalhista, começou a ser julgado na segunda-feira.
Na terça-feira, primeiro dia em que fez um depoimento direto, disse que os ataques de 11 de setembro de 2001, realizados pela rede terrorista da Al-Qaeda nos EUA, foram cruciais para a sua radicalização e que sua maior fonte de informação era o Wikipedia, a enciclopédia 
Como nos dois primeiros dias do processo, Breivik entrou na sala 250 do tribunal de Oslo com a saudação de punho fechado e braço estendido, um gesto que segundo ele representa "a força, a honra e o desafio aos tiranos marxistas da Europa".

Fonte:-G1 adptado:-Comunicólogo:- Magno Alertaagliciomagno@gmail.com




quarta-feira, 11 de abril de 2012


Rio+20: as críticas

Os documentos preparados pela ONU para a Conferência Rio+20 trazem informações importantes sobre inovações de cuidado ambiental mas as propostas que fazem — resumidas no conceito de economia verde — são escandalosamente ineficazes e até contraproducentes.

Antes da crise financeira, a Europa foi talvez o continente em que mais se
refletiu sobre a gravidade dos prolemas ecológicos que enfrentamos. Toda esta reflexão está hoje posta de lado e parece, ela própria, um luxo insustentável. Disso é prova evidente o modo como foram tratados pela mídia dois acontecimentos das últimas semanas, o Fórum Econômico Mundial de Davos e o Fórum Social Mundial Temático de Porto Alegre. 

O primeiro mereceu toda a atenção, apesar de nada de novo se discutir nele: as análises gastas sobre a crise europeia e a mesma insistência em ruminar sobre os sintomas da crise, ocultando as suas verdadeiras causas. O segundo foi totalmente omitido, apesar de nele se terem discutido os problemas que mais decisivamente condicionam o nosso futuro: as mudanças climáticas, o acesso à água, a qualidade e a quantidade dos alimentos disponíveis ante as pragas da fome e da subnutrição, a justiça ambiental, os bens comuns da humanidade. Esta seletividade mediática mostra bem os riscos que corremos quando a opinião pública se reduz à opinião que se publica.

O Fórum de Porto Alegre visou discutir a Rio+20, ou seja, a Conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável que se realiza no próximo mês de Junho no Rio de Janeiro, 20 anos depois da primeira Conferência da ONU sobre o tema, também realizada no Rio, uma conferência pioneira no alertar para os problemas ambientais que enfrentamos e para as novas dimensões da injustiça social que eles acarretam. 

Os debates tiveram duas vertentes principais. Por um lado, a análise crítica dos últimos vinte anos e o modo como ela se reflete nos documentos preparatórios da Conferência; por outro, a discussão de propostas que vão ser apresentadas na Cúpula dos Povos, a conferência das organizações da sociedade civil que se realiza paralelamente à conferência intergovernamental da ONU. Nesta crônica centro-me na análise crítica e dedicarei a próxima crônica às propostas.

As conclusões principais da análise crítica foram as seguintes. Há 20 anos, a ONU teve um papel importante em alertar para os perigos que a vida humana e não humana corre se o mito do crescimento econômico infinito continuar a dominar as políticas econômicas e se o consumismo irresponsável não for controlado; o planeta é finito, os ciclos vitais de reposição dos recursos naturais estão a ser destruídos e a natureza “vingar-se-á” sob a forma de mudanças climáticas que em breve serão irreversíveis e afetarão de modo especial as populações mais pobres, acrescentando assim novas dimensões de injustiça social às muitas que já existem. Os Estados pareceram tomar nota destes alertas e muitas promessas foram feitas, sob a forma de convenções e protocolos. As multinacionais, grandes agentes da degradação
ambiental, pareceram ter ficado em guarda. 

Infelizmente, este momento de reflexão e de esperança em breve se desvaneceu. Os EUA, então principal poluidor e hoje principal poluidor per capita, recusou-se a assumir qualquer compromisso vinculante no sentido de reduzir as emissões que produzem o aquecimento global. Os países menos desenvolvidos reivindicaram o seu direito a poluir enquanto os mais desenvolvidos não assumissem a dívida ecológica por terem poluído tanto há tanto tempo. As multinacionais investiram para influenciar as legislações nacionais e os tratados internacionais no sentido de prosseguir as suas atividades poluidoras sem grandes restrições. 

O resultado está espelhado nos documentos preparados pela ONU para a Conferência Rio+20. Neles recolhem-se informações importantes sobre inovações de cuidado ambiental mas as propostas que fazem — resumidas no conceito de economia verde — são escandalosamente ineficazes e até contraproducentes: convencer os mercados (sempre livres, sem qualquer restrições) sobre as oportunidades de lucro em investirem no meio ambiente, calculando custos ambientais e atribuindo valor de mercado à natureza. Ou seja, não há outro modo de nos relacionarmos entre humanos e com a natureza que não seja o mercado. Uma orgia neoliberal.


Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).

quinta-feira, 5 de abril de 2012


UM CASO A SE PENSAR? SERÁ QUE ELES SÃO CULPADOS?

adaptado em 05/04/2012magno/http:/   magnovit.blogspot.com ou agliciomagno@gmail.com


Caso Altamira: Valentina de Andrade é absolvida
05 de dezembro de 2003  15h30  atualizado em 06 de dezembro de 2003 às 07h01

Valentina de Andrade, 72 anos, acusada de ser líder da seita Lineamento Universal Superior (LUS), que usaria castração de garotos em rituais satânicos foi absolvida por seis votos a um, após 17 dias de julgamento. A decisão revoltou os familiares das vítimas. Esse foi o julgamento mais longo da história paraense.
A decisão provocou revolta entre familiares e outras pessoas presentes ao julgamento. Enquanto eles gritavam "assassina", Valentina erguia os braços, comemorando a decisão, e deixava o local por uma saída alternativa. Na hora da sentença, a vidente desmaiou e recebeu cuidados médicos.
Seu advogado, Arnaldo Busato Filho, não teve a mesma sorte. Seu carro foi apedrejado logo após deixar o Tribunal de Justiça. Uma das manifestantes, Nilma Bentes, líder do movimento negro paraense, foi detida.
A decisão dos jurados foi lida pelo juiz Ronaldo Valle. Os jurados acataram a tese da defesa, a de que Valentina não poderia coordenar os crimes porque não se encontrava em Altamira no período em que eles ocorreram.
Há 17 dias os jurados acompanhavam os argumentos da defesa e da promotoria sobre a participação de Valentina nos cinco casos de castração de menores em Altamira (três mortes e duas mutilações), entre 1989 e 1993, que foram levados a julgamento.
Entre os presentes no julgamento estava um representante do Ministério da Justiça, Douglas Martins. Ele declarou que estava surpreso com a decisão, mas não viu nada que pudesse pôr em questão o comportamento dos jurados.
Os familiares, porém, ficaram revoltados e afirmaram que a decisão "questiona a sociedade". O assistente da promotoria Clodomir Araújo disse que vai recorrer da decisão.
Valentina de Andrade foi liberada assim que o juiz anunciou o resultado do julgamento. Ela estava presa desde 4 de setembro, quando deveria ter se apresentado ao presidente do Tribunal do Júri, de Belém. Na época, Valentina foi localizada, por policiais federais, tentando sair do país, no Aeroporto de Guarulhos-SP.
Valentina foi a quinta e última pessoa acusada de participar das castrações que foi a julgamento. Os condenados no caso de Altamira, localizada a 200 quilômetros de Belém, são os médicos Anísio Ferreira de Souza (condenado a 77 anos de prisão) e Césio Brandão (56), o policial militar Carlos Alberto dos Santos (35 anos de prisão) e o comerciante Amailton Madeira Gomes (57 anos de prisão). Todos se dizem inocentes e anunciaram que vão recorrer da decisão.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

 
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02/04/2012 - 17:00

Jean Wyllys: Retorno àqueles dias “mal-ditos”. Artigo Carta Capital

Eu nasci em 1974, quando o Brasil estava sob a ditadura do general Ernesto Geisel. Nasci na periferia miserável de Alagoinhas, cidade do interior da Bahia.
Quando me entendi por gente, lá pelos anos 1980, a ditadura ainda vigorava, mas lá, por aquelas bandas, não se fala em ditadura. Meus pais, meus tios e meus vizinhos – aquelas pessoas pobres em luta apenas pelo pão de cada dia – não falavam em ditadura.
E aquele comunicado da censura oficial que antecipava cada programa de tevê que eu via pela janela do único vizinho com aparelho em casa, aquele comunicado nada significava além de um alerta inócuo para mim e para os demais.
Só anos depois, já no final do ensino fundamental, pude perceber, pelos livros da biblioteca da casa paroquial (“Brasil: nunca mais”, o principal deles) que nós fazíamos parte da pátria mãe que dormia distraída enquanto era subtraída em “tenebrosas transações”, para citar Chico Buarque.
Aliás, por falar em Chico Buarque, a trilha sonora oficial daqueles “anos de chumbo” – que inclui, além de Buarque, Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Torquato Neto, Elis Regina e etc. – não era ouvida naquelas bandas.
O que se tocava nas poucas radiolas, autofalantes da “feira do pau” e na Rádio Emissora de Alagoinhas, eram artistas como Nelson Ned, Odair José, Agnaldo Timóteo, Paulo Sérgio, Cláudia Barroso, Waldick Soriano e Fernando Mendes, além, claro, de Roberto Carlos.
As verdades da ditadura – a censura, os conflitos, as torturas, os assassinatos, os exílios – não chegavam até nós, da mesma maneira que nossa verdade naqueles anos era – e é – ignorada pelos envolvidos na resistência à ditadura e responsável em parte pela construção da memória daquele período.
A memória é uma construção social e, sendo assim, pode cristalizar determinados aspectos de um tempo, em detrimento de outros que poderiam e podem ser muito importantes para se pensar o quadro político-social vigente naqueles anos (afinal, a visão de mundo das camadas populares, colocadas à margem do centro de decisão política, deve ter algo a nos dizer sobre a ditadura: elas não sabiam ou não queriam saber, ou tinham medo de saber ou eram simplesmente ignoradas em sua invisibilidade e subalternidade? Sabemos hoje que, durante a ditadura, o perigo rondava o conhecimento, e que, por isso, muitos oscilavam entre saber e esquecer).
Ora, o historiador francês Jacques Le Goff, afirma que é preciso interrogar-se sobre os esquecimentos.  “Devemos fazer o inventário dos arquivos do silêncio, e fazer a história a partir dos documentos e das ausências de documentos”.
Até onde se sabe, não existem documentos que recupere a memória do tratamento que os líderes dos movimentos revolucionários davam aos homossexuais (em especial às mulheres lésbicas) seja em seus “aparelhos”, seja nas prisões. Sendo assim, devemos trabalhar a partir dessa ausência e do silêncio sobre em torno desse assunto. Há muito para se dizer sobre aqueles dias “mal-ditos”.
A eleição da presidenta Dilma Rousseff – ela mesma uma vítima direta dos crimes da ditadura militar e agente da resistência ao terrorismo de estado praticado naqueles anos – abre um capítulo para a memória, que não consiste apenas em estabelecer uma verdade historiográfica daqueles crimes.
Tanto a verdade historiográfica quanto a temporada de julgamos que esperamos que se suceda à historiografia pressupõem uma construção de significados em um prazo longo (e não podemos ser ingênuos em acreditar que essa construção não resultará em conflito ideológico e de valor – vejam, por exemplos, a tagarelice do deputado e ex-militar Jair Bolsonaro, defendendo que se gozava de liberdade no período da ditadura; a ação de militares contra uma recente novela do SBT que tratou superficialmente daqueles dias “mal-ditos”; e o manifesto contrário à Comissão Nacional da Verdade assinado por mais de cem militares da reserva e seguido pela arrogante declaração do secretário-geral do Exército questionando a veracidade das torturas de que foi vítima a presidenta Dilma).
A verdade – ou verdades – sobre os porões de tortura, vôos da morte, assassinatos, sequestros, a desumanidade dos métodos dos repressores para conter a resistência é certamente terrível, sobretudo para quem sobreviveu aos fatos. Mas é necessária. Eu tenho direito a ela! Minha geração e as que vieram depois têm direito a ela!
A Comissão da Verdade, liberada do imediatismo dos fatos, poderá nos oferecer uma narrativa não unificadora, porque esta não seria desejável. Esperamos que todos os que escreveram aquelas páginas infelizes e sobreviveram a esse ponto de resgatá-las sejam ouvidos pela Comissão da Verdade.
Por isso, para garantir a lisura dos trabalhos da mesma e auxiliá-la ao mesmo tempo, um grupo de deputados da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara – do qual faço parte – decidiu instituir uma Subcomissão Parlamentar da Memória, Verdade e Justiça  que conta com  o coordenação da deputada Luiza Erundina. Assim que se noticiou a existência dessa subcomissão, chegou, ao meu gabinete, um exemplar do calhamaço “A verdade sufocada – a história que a esquerda não quer que o Brasil conheça”, escrito pelo coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra.
E eu já o li (criticamente, claro). Sabemos que tanto a Comissão Nacional da Verdade quanto a nossa subcomissão parlamentar não poderão reconstruir tudo, mas a utopia de tudo saber a respeito daquelas páginas infelizes de nossa história deve servir como um programa, um horizonte e uma advertência para o futuro.
Jean Wyllys
Jornalista e linguista, é deputado federal pelo PSOL-RJ e integrante da frente parlamentar em defesa dos direitos LGBT.