quinta-feira, 18 de setembro de 2014

PREFEITO QUE COMANDAVA ESQUEMAS FRAUDULENTOS CONHECIDO COMO PÉ -DE-BOTO


O prefeito Ailson Santa Maria do Amaral, o “Pé de Boto”, preso anteontem em Igarapé-Miri, município que ele governava, sob a acusação de ter criado um grupo de extermínio de pessoas, abrir empresas de fachada e comandar esquema fraudulento em procedimentos licitatórios para o próprio enriquecimento, além da suspeita de chefiar uma quadrilha envolvida com tráfico de drogas, dificilmente voltará ao cargo.
É que, depois da prisão dele, do secretário de Obras do município, Ruzol Gonçalves, e seus dois filhos, Rafael e Renato Gonçalves, além de seis policiais militares, novas denúncias chegaram ao conhecimento do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Pará e dos órgãos de segurança.
“Pé de Boto”, segundo novas denúncias, teria comprado no município uma fazenda com milhares de pés de açaí plantados, por R$ 4,5 milhões, para se transformar em um dos maiores empresários desse ramo de negócios, fornecendo o produto para os mercados nacional e internacional. A denúncia foi feita pelo vice-prefeito, Edir Corrêa Pinheiro, que deve assumir o lugar do prefeito pelos próximos trinta dias em que o acusado estiver na cadeia.
Em uma nova diligência do× Gaeco, realizada ontem, os integrantes do MP e policiais estiveram na sede da empresa M. M. Lobato, na rodovia× Montenegro, em Belém, que vende medicamentos para várias prefeituras, inclusive a de Igarapé-Miri. Um fato que chamou a atenção de× Medradofoi a informação do prefeito ao× Tribunal de Contas dos× Municípios de que havia pago a M. M. Lobato pelos remédios adquiridos. Os responsáveis pela empresa, durante a operação, afirmaram que forneceram os medicamentos, mas não receberam até hoje o pagamento.
Sobre a existência de um grupo de extermínio que atuaria em Igarapé-Miri sob o comando prefeito – que incluiria 13 assassinatos –, Medrado declarou ao DIÁRIO que uma senhora esteve ontem na promotoria de× Abaetetuba para denunciar que um filho dela teria sido morto pelo grupo ligado ao prefeito “Pé de Boto”.
Segundo Medrado, todas as informações precisam ser checadas para que se chegue ao número real de mortes. “Fala-se que 50 assassinatos teriam ocorrido, mas precisamos saber se isso é verdade ou exagero”, concluiu o procurador de Justiça. “O que estamos investigando são treze mortes, mas, se outras denúncias concretas surgirem de mais assassinatos, teremos de apurar tudo com rigor e cuidado”, disse Medrado. MAGNOPOLÊMICO//

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