sábado, 23 de fevereiro de 2013

Aproximadamente, cem detentos mantêm um agente penitenciário e uma professora como reféns dentro da unidade prisional, desde o início da revolta.Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Renato André de Paula e Eliana da Silva estavam na sala de aula da escola regular que funciona dentro da unidade quando foram rendidos. À noite, a professora chegou a passar com problemas de pressão, foi medicada e já se recuperou, mas permanece em poder dos detentos.
 
 
Presos fazem rebelião na Nelson Hungria - Carlos Rhienck/Hoje em Dia
                                                                           Presos fazem rebelião na penitenciária Nelson Hungria (Foto Carlos Rhienck/Hoje em Dia)
 
 
 A Seds informou também que, apesar da revolta dos presos, o projeto de instalação de bloqueadores de sinal de celular no presídio não será alterado. O sistema deverá entrar em funcionamento ainda neste semestre.
 
No início da noite, os presos ameaçaram soltar os reféns, mas mudaram de ideia após não verem atendida a exigência de troca do diretor do presídio.Além desta, segundo a Secretaria, os detentos estariam reclamando de superlotação e da mudança na rotina para entrada de grávidas que tentam visitá-los. À tarde, os rebelados exigiram a saída dos helicópteros que sobrevoavam a penitenciária e pediram mais bateria para o rádio de um agente penitenciário que está sendo utilizado pelos presos para a negociação. .
 
O motim acontece apenas no Pavilhão I da penitenciária, onde vários presos passaram o dia no telhado e de vez em quando gritavam que a situação no presídio estava muito ruim. Agentes do Comando de Operações Especiais da Suapi (COPE) isolaram a área e os demais pavilhões, evitando que a rebelião se espalhe. Por volta de 12h30, o Gate chegou ao local, para dar apoio na negociação de soltura dos reféns.
 
Pela manhã, os presos colocaram fogo em alguns colchões, mas as chamas foram controladas por militares do Corpo de Bombeiros. Além disso, alguns disparos foram ouvidos, mas não houve a confirmação de que o estrondo veio de disparos de armas de fogo. Usando lençóis, os rebelados formaram a palavra "opressão" no centro do pátio do Pavilhão I, mesma palavra usada no bilhete encontrado ao lado do ônibus incendiado.
 
A polícia suspeita ainda que alguns detentos estejam armados. A Penitenciária de Segurança Máxima de Contagem tem capacidade para 1.664 e hoje abriga 1.970 detentos.
 
Alguns familiares estariam fazendo contato com os presos por meio de celulares. Também a filha da professora Eliana, que não quis informar seu nome, não teve autorização para entrar no presídio e ajudar nas negociações, mas informou que a mãe está bem.
 
Depoimento de detento
 
Um dos detentos ligou para a rádio Itatiaia e se identificou como "Daniel Cipriano". Segundo ele, o motivo do motim seriam as alterações dos horários de visitação e a proibição de gestantes como visitantes. Ainda de acordo com o homem, eles exigiram a presença da imprensa e do deputado Durval Ângelo (PT), membro da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), de um juiz da Vara de Execuções Penais e de um procurador de Justiça para fazer as negociações.
 
"Cipriano" denunciou ainda agressões sofridas na unidade, onde ele está preso há dez anos. Segundo o detento, a liberação dos reféns só seria realizada após o cumprimento de todas as exigências feitas. Durante a entrevista à rádio, o detento permitiu que a professora Eliana da Silva falasse ao vivo. A mulher disse que estava bem e que não tinha ferimentos.
 
A Seds não confirmou que os detentos exigiram a presença do deputado Durval Ângelo no local.
MAGNOPOLÊMICO.

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