sexta-feira, 17 de junho de 2016

Farc podem partir para guerra urbana na Colômbia

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse nesta quinta (16) que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) estão prontas para uma guerra urbana caso o acordo de paz não seja aprovado em referendo.
O pacto final das negociações entre a guerrilha e o governo deve sair nos próximos meses, mas sua ratificação deve ser feita em consulta popular. Santos é um dos principais defensores do "sim" ao documento.
Em reunião do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, em Medellín, o mandatário voltou suas críticas aos adversários do referendo, especialmente seu ex-aliado, o ex-presidente Álvaro Uribe.
"Temos informação abrangente de que eles estão preparados para voltar à guerra e à guerra urbana, mais destruidora que a rural. Se não houver aprovação no plebiscito, voltamos à guerra. Simples assim", disse.
Questionado sobre Uribe, Santos disse que o acordo de paz a ser assinado com as Farc "não é exclusivamente meu" e que tentou incorporar "todos os partidos políticos e organizações" nas negociações desde seu início, em 2012.
"Os partidos de oposição também apoiam a paz. O único que ficou de fora por vontade deles foi o partido do presidente Uribe [o direitista Centro Democrático], ao qual foram feitas ofertas de todo o tipo", disse.
"Pediria a todos os que têm que deixar as botas para pedir votos que se apressem, porque é verdade que administrar a paz sempre é mais complicado que administrar a guerra".
Durante seu pronunciamento no fórum, ele voltou a dizer que os diálogos de paz deverão ser concluídos nas próximas semanas, faltando apenas o ponto do desarmamento e da desmobilização de guerrilheiros.
Segundo Santos, estes pontos deverão ser acertados nos próximos dias. A questão é o principal motivo para que as negociações, inicialmente previstas para terminar em 23 de março, atrasassem.
CONSTITUIÇÃO
A celebração do plebiscito depende de autorização da Corte Constitucional, que ainda não decidiu se o acordo de paz deve ser incluído na Constituição, como foi pedido pelas duas partes da negociação em maio.
Pela proposta aprovada no mês passado, o acordo de paz fará parte de uma emenda constitucional e de uma resolução da ONU. Dessa forma, se um futuro governo quiser derrubá-lo, poderá ser alvo de sanções da organização.
Diante da proposta, Uribe e seu partido lançaram uma "resistência civil" contra o acordo, começando com a coleta de assinaturas pelo "não" à consulta e à emenda constitucional.
(Folhapress)

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