segunda-feira, 19 de maio de 2014

MENINOS EMASCULADOS DE ALTAMIRA * 

Resumo do Caso 

Meninos, com idade entre 8 e 14 anos, foram seqüestrados e castrados 
na cidade de Altamira, localizada a 777km de Belém. Segundo o 
Ministério Público, os crimes que aconteceram entre 1989 e 1993 foram 
motivados por rituais de magia negra. 
As crianças encontradas, mortas ou vivas, estavam nuas, algumas com 
orifícios de arma de fogo, queimaduras de cigarro, olhos arrancados, 
pulsos cortados, órgãos sexuais extirpados cirurgicamente, sofreram 
abuso sexual e sevícias. 

Acusados (com decretos de prisão) 
Anísio Ferreira de Souza: médico ginecologista.Testemunhas afirmaram ter 
visto o médico em cultos com orações ao “deus das trevas”. Anísio também teria sido 
visto com o pênis de uma criança acomodado numa caixa de isopor. Uma dessas 
testemunhas foi assassinada. Foi preso em Imperatriz, no mês de janeiro de 2001. 
Naquela cidade, mesmo já respondendo a processo, ele conseguiu abrir, por volta de 
1996, uma clínica: Hospital e Maternidade do Povo, cuja publicidade anunciava “bebês 
à vista e parto a prazo”. Desde esse período, várias outras denúncias de clientes da 
clínica recaem sobre o médico. Ele teria entregado o corpo de um menino que falecera 
na clínica à família, sem os órgãos genitais. Em outro caso macabro, uma mulher fez o 
parto (cesariana) na clínica, mas não ficou com a criança. O médico teria dito a ela 
que a gravidez era falsa e lhe mostrou um quisto como produto da cirurgia. 
Césio Flávio Caldas Brandão: médico ginecologista. Também em janeiro de 
2001, o obstetra Césio Brandão foi preso em Vitória (ES). 

Carlos Alberto Santos Lima: vigilante. Foi condenado a 35 anos de 
prisão. 

Aldenor Ferreira Cardoso: ex-cabo da Polícia Militar do Pará - Foragido 

José Amadeus Gomes: comerciante 

Amaílton Madeira Gomes: fazendeiro. Ficou conhecido como o Monstro de 
Altamira. Era ele quem atraía as crianças. Foi condenado a 57 anos de prisão 
por 3 homicídios. 

Valentina Andrade Viana: vidente e praticante de rituais de magia 
negra. Autora do livro “Deus, A Grande Farsa”. É acusada do desaparecimento de 
uma criança e o assassinato de outra, em 1992, no Paraná. Na Argentina também é 
acusada de crimes não esclarecidos. 

As investigações indicam que todos seriam membros de uma seita 
satânica (LUS – Lineamento Universal Superior), com sede na 
Argentina. Esta seita prega mentalizações e contatos com seres de outros planetas. Nos rituais, os integrantes tampam seus rostos com 
capuzes. A seita também é suspeita de tráfico de órgãos para o exterior. 
Além do Espírito Santo e do Maranhão, a seita teria ramificações em 
Goiás, São Paulo, Pará e Paraná. 

Após a prisão dos sete indiciados, os crimes cessaram, exceto por um 
assassinato que teria sido planejado pelo pai de Amaílton, para desviar 
as atenções. 

Vítimas de Altamira 
2/8/89 - J.S.M., 8 anos. Sobrevivente. Por muito tempo foi tido como 
morto, pois, depois do seu desaparecimento, foi encontrada uma ossada 
próxima ao antigo aeroporto da cidade. Em 1993, foi localizado por 
repórter de TV. Até hoje a delegacia de Altamira não tem registro do 
caso. 
16/11/89 - Otoniel Basto Costa, 10 anos. Sobrevivente. Foi abordado 
por um homem numa bicicleta que o chamou para comer mangas. 
Depois de andar bastante, o homem colocou uma camisa com "cheiro 
forte" no rosto dele fazendo-o desmaiar. Quando despertou, percebeu 
que sangrava entre as pernas. Ainda vive em Altamira com a mãe, e se 
submete a tratamento psicológico e de reconstrução peniana. 
23/7/90 - Waldicley de Oliveira Pinheiro, 9 anos. Sobrevivente. Um 
desconhecido o chamou para retirar uma pipa que estava presa em uma 
árvore. Na mata, um pano foi colocado no rosto dele e o menino 
desmaiou. Foi violentado sexualmente e emasculado. Acordou e 
conseguiu encontrar ajuda. 
20/1/91 - Tito Mendes, 13 anos. Desaparecido. Estava tomando banho 
no igarapé Três Pontes. Mais tarde saiu para comprar mangas. Uma 
senhora disse tê-lo visto em companhia de um homem. O menino 
continua desaparecido. 
5/5/91 - Ailton Fonseca, 10 anos. Assassinado. Sua ossada foi 
encontrada 46 dias após o desaparecimento. A polícia de Altamira 
encaminhou os restos mortais ao IML de Belém, onde a ossada 
desapareceu sem que o laudo tivesse sido feito. 
13/5/91 - A.C.O.S., 12 anos. Sobrevivente. Foi agarrado por um homem 
que encostou uma arma em suas costas. O homem o levou para uma 
mata próxima, onde o menino foi amarrado em uma árvore pelos punhos e tornozelos. Ao ficar sozinho por algum tempo, conseguiu se 
desamarrar e fugir. 
21/8/91 - J.C.B., 8 anos. Desaparecido. No dia seguinte ao seu 
desaparecimento, o avô deu parte na polícia. Apesar da semelhança 
com outras ocorrências, a polícia deu o caso como encerrado 'por falta 
de pistas'. 

1/1/92 - Jurdiley da Cunha, 13 anos. Assassinado. Desapareceu em uma 
festa de confraternização em uma chácara. Seu corpo foi encontrado 
dois dias depois. Estava com a garganta cortada, nu, emasculado, com 
sevícias sexuais, perfurações e marcas de queimaduras de cigarro. 
11 /4/92. Ednaldo de Souza Teixeira, 12 anos. Assassinado. Morto por 
anoxia - afogamento. Seu corpo foi encontrado em um poço artesiano, 
seviciado e com escoriações no pescoço, além de marcas de 
espancamento. 
1/10/92. Jaenes da SIlva Pessoa, 13 anos. Assassinado. Foi visto pela 
última vez quando cuidava do gado da família. O corpo foi encontrado 
dois dias depois, emasculado e com marcas de abuso sexual. Teve os 
olhos arrancados e o pulso dilacerado. Foram encontrados também 
sinais de tortura. Este foi o único inquérito policial concluído. 
13 /11/92 - Klebson Ferreira Caldas, 13 anos. Assassinado. Encontrado 
morto e emasculado em 17 de novembro. Estava desfigurado e despido, 
com sinais de sevicias. 
22/11/92 - S.F.S., 13 anos. Sobrevivente. Ao retornar da escola, foi 
ameaçado com uma arma e colocado em um fusca por 3 homens. 
Conseguiu fugir quando pararam o carro em um matagal. 
27 /12/92. Maurício Farias de Souza, 12 anos. Desaparecido. Saiu de 
casa para buscar dinheiro com uma senhora com quem trabalhava. Foi 
visto saindo da cidade com um homem que pedalava uma bicicleta 
vermelha. Nunca mais foi visto. 
1992 - R., 14 anos. Sobrevivente. Ludibriado enquanto trabalhava como 
engraxate. Levado para a periferia da cidade, conseguiu fugir. No ano 
seguinte, o irmão de R. desapareceu no mesmo local. 
24/1/93 - Renan Santos de Souza, 9 anos. Desaparecido. Saiu de casa 
para tomar banho no rio Xingu. Foi visto mais tarde em companhia de 
dois homens. 27 /3/93 - Flávio Lopes da Silva, 10 anos. Assassinado. Última vítima 
fatal incluída no processo. Seu corpo foi encontrado dois dias depois 
num local afastado com sinais de sevícias e ferimentos nos órgãos 
genitais. Marcas de dentes humanos pelo corpo. Teve a glande 
decepada e parte da bolsa escrotal arrancada. 
14 /8/93 - G.S., 14 anos. Sobrevivente. Três homens em um fusca 
branco tentaram agarrá-lo pela janela e colocar um lenço com forte 
perfume em sua face. Conseguiu fugir. 
9/7/93 - R.F.S, 11 anos. Desaparecido. Deixou sua caixa de engraxate 
no supermercado Alvorada, como de costume. Nunca mais foi visto. Ele 
é o irmão de R. que conseguiu escapar dos seqüestradores meses antes. 
27/7/93 - G.F.L., 12 anos. Sobrevivente. Em frente à escola, um 
desconhecido o segurou pelo braço e o ameaçou com uma arma. 
Obrigado a entrar em um ônibus com destino a Itaituba, conseguiu 
escapar em uma parada na cidade de Placas. 
MENINOS EMASCULADOS DO MARANHÃO * 
Há muitas semelhanças e indícios de relação entre os casos dos Meninos 
de Altamira e dos Meninos Emasculados do Maranhão. Em setembro de 
1991, foi encontrada a primeira vítima maranhense, Ranier Silva Cruz, 
10 anos, morador da Vila Nazaré, no Maiobão. Ranier desapareceu em 
11 de setembro de 1991 e foi encontrado seis dias depois nas Matas do 
Sítio Paranã, também no Maiobão, com órgãos genitais extirpados, 
perfurações nas costas, vários hematomas, olhos e lábios lesionados por 
instrumento pontiagudo e cortante. 
De setembro de 1991 a fevereiro de 2002, 22 meninos com idades 
entre 9 e 15 anos foram assassinados e submetidos a atos de violência 
sexual em áreas periféricas dos municípios que compõem a Ilha de São 
Luís (um dos casos ocorreu na cidade de Codó, a 291 quilômetros de 
São Luís). Em 11 casos, os meninos tiveram comprovadamente os 
órgãos genitais extirpados. Muitas vezes os corpos foram encontrados 
em matagais, nas comunidades da periferia de São Luís. Nos casos de 
Altamira, os 19 meninos também tiveram as genitálias mutiladas. Da 
mesma forma que no Maranhão, os corpos das vítimas também foram 
desovados em matagais. 

  



* AS INFORMAÇOES DESTA PESQUISA FORAM EXTRAÍDAS DOS
DIVERSOS JORNAIS DO PAÍS. NÃO TIVE ACESSO AOS
DOCUMENTOS OFICIAS DOS CASOS.                          //MAGNOPOLÊMICO

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