domingo, 7 de junho de 2015

crime organizado tenta se consolidar aqui no Pará o PCC A POLICIA CIVIL TENTANDO DESARTICULAR

PCC age no Pará há 8 anos do PEM III (Foto: )


Habilidosos, influentes, com espírito de liderança, pregam a lealdade, respeito e solidariedade acima de tudo. Além de organizados, estão espalhados pelo Brasil. De dentro dos presídios de segurança máxima, com uma ligação telefônica, a “chefia’’ lidera incontáveis “soldados’’(detentos e ex-detentos) a cometerem assaltos a bancos e roubos a cargas. A verba é destinada ao tráfico de drogas, empréstimos e “ações sociais’’ nas periferias. Segundo pesquisa realizada em fevereiro do ano passado pelo Jornal Folha de São Paulo, no Pará há 144 integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) presos e 44 soltos.
Na segunda quinzena de maio, dois homens suspeitos de integrarem o grupo, morreram em confronto com policiais civis da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). Marcio Afonso Melo Fernandes e Sidney Pantoja Gil foram alvejados por disparos de arma de fogo em tentativa de assalto a banco.A Polícia informou que logo após a transferência de outros integrantes do PCC para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, Marcio Afonso passou a liderar o crime organizado na Região Metropolitana de Belém e no Complexo Penitenciário de Americano, em Santa Izabel.
Segundo a PC, no ano passado, Marcio foi quem articulou o assalto à agência do Banco do Brasil, em Viseu. Em 2013, liderou o mesmo crime, só que na agência em São Domingos do Capim, interior do Estado.De acordo com o delegado da DRCO, Evandro Araújo, quando um ‘’soldado’’ dá baixa, o PCC não perde tempo. Um novo líder é recrutado a assumir o posto. ‘’A gente fica o tempo todo monitorando. Estamos verificando quem vai assumir o papel dele (Marcio). As grandes lideranças são muito inteligentes. Aqui no Pará são formados por grandes traficantes, que têm voz e vez. Todas as cadeias se comunicam. Quem tem maior poder aquisitivo sobressai. Toda cadeia sempre tem instalado o PCC. Aqui no Pará seria no PEM III, que é de segurança máxima’’, diz Evandro que revela que o PCC está instalado no Pará há oito anos.
Chegou por meio da expansão do tráfico de drogas pelo país. A rede se espalhou. Traficantes de São Paulo começaram a estreitar laços e dar funções aos criminosos daqui. O trabalho da PC é articulado com as polícias dos outros estados, já que os criminosos estão por toda parte. “ Fazemos um trabalho de inteligência. Temos Lideranças dentro do Fórum Integrado da Susipe e da PC. Ficamos o tempo todo monitorando. Não temos precisão de quantos integrantes têm aqui no Pará’’, diz.
PCC acumula fábula e “faz o social”
Criado em agosto de 1993, num presídio de Taubaté, 140 km de São Paulo, o PCC surgiu após o massacre do Carandiru, ação policial que deixou 111 presos mortos na invasão do pavilhão 9, da antiga Casa de Detenção. Desde o princípio, o grupo fundador do PCC reivindica o fim dos maus-tratos contra os presos. Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como “Marcola’’, assumiu a chefia da facção no final de 2002.Em 2012, criada por um detento considerado de bom comportamento, o PCC teve página na internet. Ela podia ser acessada do computador da sala do diretor do presídio. A descoberta ocorreu por jornalistas.
A página foi tirada do ar pela polícia.O PCC movimentou em 2013 e em 2014 cerca de R$ 100 milhões em contas bancárias fantasmas na China e Estados Unidos.O programa social “Ajuda da Correria para o Social”, distribui nas periferias leite, gás e cestas básicas as famílias. A assistência é uma parceria do PCC com a comunidade, que não denuncia a polícia o tráfico de drogas. As famílias interessadas em receber a “ajuda” são cadastradas pelos soldados da facção, que além de comida doam remédios e enxovais para bebês.Veio à tona em fevereiro do ano passado, que R$ 300 mil foram investidos em horas de voo em cursos a piloto de helicóptero. O PCC quis treinar três integrantes para resgatar do presídio “Marcola’’ e também usar as aeronaves no transporte de armas, drogas e de dinheiro.
Ajoelhou, vai ter que rezar!
Ninguém é forçado a permanecer no Primeiro Comando da Capital (PCC). Mas afinal, com tantas regalias, quem ousaria deixar a irmandade? Como diz o ditado: “Quando a esmola é muita o santo desconfia’’. Para cada boa ação recebida, o talão de dívidas contabiliza uma nova despesa. Para amenizá-la, todo o roubo, tráfico ou qualquer atividade ilícita que o preso se envolva, é obrigado a destinar parte da verba aos chefões, que em muitos casos, possuem contas bancárias, em nome de laranjas. A liderança do PCC pede para que os criminosos em liberdade, que estão endividados, se envolvam em grandes assaltos e na organização do tráfico nas bocas. De todos os detentos é exigido o pagamento de uma taxa mensal de R$40 a R$ 50. Os que estão em liberdade, R$500. O dinheiro é destinado a compras de armas, drogas e até resgate de presos.
A rifa do PCC também movimenta as contas bancárias do Partido. A loteria do crime ocorre mensalmente. E quem disse que se trata de sorteio de bicicleta, liquidificador, jogo de cozinha? Na loteria do PCC, o primeiro prêmio é um apartamento no valor de R$ 70 mil e o segundo, uma televisão de plasma. Cada membro é obrigado a comprar, no mínimo, três bilhetes. Cada um custa R$15. Familiares também compram e, em alguns casos, revendem do lado de fora. O resultado da rifa é sempre igual ao do concurso oficial da Loteria da Caixa Econômica Federal.Há casos raros de ex-membros do PCC. Eles precisaram provar de forma contundente, que haviam aceitado ‘‘a Jesus como salvador’’ e entrada em uma igreja. Só dessa forma, tiveram a sentença de morte arquivada. “É difícil de sair, sofre ameaça e se tiver devendo pior ainda. Tem que pagar o que foi investido’’, reforça o delegado.
(Diário do Pará)MAGNOPOLÊMICO///

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