domingo, 17 de abril de 2016

Clima é de medo no local onde vigilante foi morto


Um dia após a morte do vigilante Alex Januário Reis Freitas, de 44 anos, assassinado a tiros dentro de um supermercado onde fazia segurança, o estabelecimento abriu as portas normalmente na manhã de ontem (15) e clientes lamentaram a brutalidade com que o trabalhador foi morto em frente a dezenas de testemunhas. Os assassinos levaram a arma dele. Se por um lado bandidos estão se tornando mais audaciosos e destemidos, a população continua pedindo por mais segurança. 

Os comentários com tom de surpresa e choque estavam na boca do povo. Clientes e funcionários do estabelecimento não imaginavam que um supermercado pudesse ser invadido por homens armados colocando em risco a vida de tantas pessoas inocentes. Mas ontem a rotina do estabelecimento e de clientes teve que continuar, mesmo com o sentimento de medo. “Eu moro aqui perto e é esse o supermercado que tenho para fazer compras. É um lugar de grande movimentação diária e muitas vezes venho aqui, nunca iria imaginar um crime desse tamanho. A sensação é de medo, de terror, insegurança”, disse a cozinheira Marta Ribeiro.

A autônoma Jane Ribeiro aguardava na escadaria do supermercado uma amiga chegar para iniciarem as compras. Ela lamentou a morte do funcionário. “É triste, porque muitos pais de família estão morrendo até mesmo no local de trabalho e os criminosos estão por aí, soltos. Nosso coração fica aflito, é triste”, falou Jane. 

O supermercado é localizado na avenida Augusto Montenegro, próximo ao conjunto Sideral, bairro do Parque Verde, em Belém. Área bem localizada e movimentada. Mesmo com o estabelecimento cheio de clientes, 2 homens armados abordaram o vigilante sem chance de defesa, sendo atingido por um tiro na cabeça.

Adilson Júnior também trabalha como vigilante e pediu por uma resposta do poder público para conter a onda de violência que vem crescendo na Região Metropolitana de Belém. “Hoje. além de assaltar eles estão matando sem piedade e o poder público não faz nada a respeito. Temos a necessidade de sair de casa para fazer compras, mas já pedindo a Deus para voltar vivo”, disse. Ainda segundo ele, a profissão de vigilante é visada por criminosos. “É uma profissão em que ficamos visados. Os bandidos criam um esquema, rondam o local e depois agem. É uma situação complicada”, relatou Adilson. 


TESTEMUNHAS

Policiais Militares estiveram na manhã de ontem no estabelecimento para encontrar testemunhas que pudessem ser encaminhadas à Divisão de Homicídios, na tentativa de reconhecer um suspeito preso após denúncia. “Estamos pegando mais informações”, explicou o capitão PM Pereira, comandante da 3ª Companhia.

Sobre o perfil da vítima, o capitão disse ainda que colegas de trabalho consideravam Alex uma pessoa comprometida. “Disseram que ele era um rapaz muito atento no serviço e ao que parece, os assassinos já vieram com intuito de cometer o crime”. Procurada pelo DIÁRIO, a empresa onde a vítima trabalhava, até o fechamento dessa edição, não se manifestou sobre o assunto.

ABALADOS

Familiares de Alex Januário Reis Freitas estiveram no Instituto Médico Legal aguardando a liberação do corpo, mas, muito abalados, não quiseram falar com a imprensa. O corpo foi sepultado na tarde de ontem, em Belém.

(Emily Beckman/Diário do Pará)

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