sábado, 16 de março de 2013

Jovem é morto por 'justiceiro' e família protesta.

       

Lá vem a dona Florinda deixar o tesouro dela”, diziam os colegas de José Henrique Barroso, de 17 anos. Filho único, ele era o tesouro de Rosimar, o que fez dela uma mãe zelosa e sempre atenta ao futuro do adolescente. “Eu levava e buscava ele na escola, todo dia. Ele era um bom filho, uma benção na minha vida – um exemplo para os outros jovens dessa rua”.
A namorada do adolescente estava encolhida no canto do quarto e contou que estava com ele no momento em que ocorreu o crime. “Nós íamos andando, ele estava me levando pra casa, aqui na rua do lado. Um carro cinza parou do nosso lado, um homem desceu encapuzado, só disse ‘polícia!’, e atirou nele”.
A mãe do rapaz afirma que apenas ouviu os disparos. “Ele tinha acabado de sair com ela. Nós fazemos chocolate juntas, pra vender. Como nós terminamos tarde, ele foi levar ela. Não acredito que ele [executor] tenha confundido meu filho com outra pessoa. Dava pra ver muito bem o rosto dele, que não estava nem de boné”, conta a mãe.
O tio do adolescente, Nivaldo Oliveira, diz que o protesto, realizado na tarde de ontem não era apenas pelo sobrinho, mas pela falta de segurança que toda a comunidade daquela área vive.
Uma moradora, que não quis ser identificada, conta que o policial, conhecido no bairro como “Silino”, atua como “justiceiro”. “Ele sempre aparece encapuzado, em uma moto ou nesse carro cinza e sai matando. O problema é que ele não procura saber se é mesmo bandido ou gente de bem”. A mesma declaração foi feita por outros moradores, e a presença da Polícia Militar no momento do protesto foi recebida com desconfiança.
De acordo com vice-diretora Sandra Peck, do Colégio Edgar Pinheiro Porto, a preocupação da mãe de José Henrique era justamente com a violência.
(Diário do Pará)magnopolêmico.

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